Ecoh

2º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina, de 7 a 21 de agosto de 2012.

Primeira coisa que queremos falar é: Arte linda feita pelos meninos da Grafatório!

Que alegria! Na abertura do evento, com as ilustres presenças de Giba Pedrosa, João Acaiabe e Paulo Federal, tivemos casa cheia pela primeira vez! 

Nosso querido Teatro Zaqueu de Melo ficou lotado para ouvir os três experientes narradores no espetáculo Are Amu Zev… Era uma vez, nós três. Histórias e palavras como brinquedos, em poemas, trava-línguas, adivinhas rimadas, hai-kais, limeriques e invencionices.

E a nossa seleção de artistas segue firme forte, modéstia à parte.  Que felicidade ver que alguns nomes que seguem com a gente até hoje já estavam nas nossas primeiras edições. 

História é coisa de adulto, também!

No 2º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina (ainda não chamava ECOH!) já tivemos a ilustre presença do violeiro Paulo Freire e seu ” Viva o Causo Brasileiro”. Paulo voltaria nas 7ª e 8ª Edições.  E na 10ª, estará também através de uma proposta da Josiane Geroldi, parceira dele e nossa. Que sorte temos! 

A apresentação do Paulo marca nossa primeira tentativa de fazer um evento para adulto, também. Isso porque no Brasil a contação de histórias é tida como uma atividade infantil, o que não ocorre em alguns países como França e nossa vizinha Argentina. Mas no Brasil é. A gente sempre reservou um espaço para as histórias voltadas a adultos. Na 2ª edição, este papel coube ao Paulo Freire e ao Edgar de Abreu, com seus causos daqui e dali. 

Giba Pedroza, lotou o Teatro na abertura e também fez uma conversa super gostosa e agradável na Biblioteca Pública dirigida a pais, tios, avós. Um estímulo a um dos mais antigos ritos afetivos e familiares, o incentivo ao gosto pela leitura.

Inúmeras possibilidades de contar histórias

E assim seguimos, descobrindo um pouquinho mais sobre as inúmeras possibilidades das histórias. Rovilson José voltou esse ano para uma conversa com a professora Sueli Bortolin, do curso de Biblioteconomia da UEL, nossa parceira de longa data. 

E assim as parcerias construídas ao longo dos anos vão aparecendo também. Além da Sueli, nessa edição contamos com aquela que muito nos ensinaria sobre as histórias, em especial as histórias de origem africana, Elena Andrei, também professora da UEL. A obrigatoriedade de conteúdo de origem africana na educação era recente e a palestra “Histórias Africanas – Narrativas da diáspora” foi incluída na programação voltada aos professores do Projeto “Palavras Andantes.”

Nesta edição tivemos também as Meninas do Conto, companhia da querida Simone Grande.  Gostamos tanto que ela voltou no ano seguinte.

Nossa eterna admiração

Ah, que alegria, os Tapetes Contadores de Histórias, do Rio de Janeiro, vieram! Artistas das histórias, mas também artistas visuais, o grupo cria lindos tapetes para abrigar contos populares e outras histórias. Na 2ª edição eles ocuparam o palco do Teatro Zaqueu de Melo, já que os tapetes pediam uma proximidade maior entre os artistas e o público. 

E eis que já estávamos com a casa cheia quando chega um ônibus com pessoas de uma faculdade de Apucarana. Normalmente estas vindas são combinadas entre nós e as escolas ou faculdades, mas naquele dia, eles vieram sem avisar.

Estávamos um tanto atônitos no teatro, tentando ver o que fazer, quando Warley Goulart, diretor da Cia, percebendo a situação, propôs a solução. Que pedíssemos para o grupo esperar um pouco. Ao invés de uma sessão, eles fariam duas. Um pouco mais curtas, mas duas. E assim foi feito. E assim nasce uma relação de admiração que nos acompanha até hoje. Estamos muito felizes por eles estarem com a gente novamente este ano, em nossa 10ª edição. 

Outra artista que veio na 2ª e volta na 10ª edição é a Ana LuÍsa Lacombe, artista das grandes na arte de contar histórias.

Kiara Terra volta na 2ª edição, dessa vez para uma apresentação no Aterro do Lago Igapó. É a primeira das nossas apresentações pelos parques da cidade, uma das marcas do ECOH até hoje, eventos que encantam quem assiste, os artistas e a equipe de produção, também. 

Parcerias locais e estreias

E as várias parcerias locais seguem com Famiglia Coisa Fina, de Dani Fioruci e Fernando Góes, a Risoflora, de Edna Aguiar, os palhaços Arnica e Malagueta, Luís Henrique Bocão e Andréa Pimenta, e o Fio da meada, que na época reuniam a Dodô Bertone, o Rafael Rosa e a Guiomar Pimentel. 

Estreiam nessa edição as parcerias com Meire Valin, Luis Mioto e Mauro Amarelo.

Espaços parceiros

Vale falar também das parcerias com espaços. Na 2ª edição, fortalecemos nossa parceria com a Casa de Cultura da UEL, Divisão de Artes Cênicas, que acolheram espetáculos e oficinas, a Vila Cultural Alma Brasil, que acolheu nossa seção de cinema, com curadoria do Cineclube “A hora mágica”, e o Sesc Londrina, além das bibliotecas, escolas e o Teatro Zaqueu de Melo, ligados à Prefeitura. 

Aqui, não tem como não fazermos uma reverência ao Teatro Zaqueu de Melo. Como falamos logo no início, o Zaqueu de Melo lotou na abertura do 2º Encontro. E isso fez a gente pensar, claro, no Teatro, em si. Já estava judiado, a gente já ouvia dizer que uma hora teria que ser fechado para uma reforma. Mas era o Zaqueu de Melo, teatro com 200 lugares, descontando as cadeiras quebradas.  

Um tamanho que comporta um tanto bom de gente e ainda é pequeno, aconchegante. Faz muita falta para a cidade, que tem muitos eventos bons, muita gente competente na área cultural, mas estrutura precária. O Zaqueu, ligado à Biblioteca, foi nossa “casa” nos dois primeiros anos. Usávamos uma sala da biblioteca para a produção do evento enquanto ele acontecia.

Histórias de vida e morte

Na 2ª edição vivemos também, além de muitas alegrias, nossa primeira situação de morte. Sebastião Narciso, nosso querido Tião Balalão Cabeça de Melão, faleceu durante a realização do nosso Encontro. Ele fez uma apresentação linda no Museu Histórico de Londrina, para os alunos do CMEI Valéria Veronesi, que fica ao lado. Infelizmente não pôde fazer as outras duas apresentações que tínhamos combinado. Mas seguem conosco suas histórias e sua imensa capacidade de superação, dentre muitos outros ensinamentos.

Fotos: Valéria Félix