Ecoh

3º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina (ECOH) - 7 a 18 de novembro de 2013.

Eis que o nome ECOH surge pela primeira vez! Ainda não tínhamos uma logo. Havia uma primeira tentativa feita pelo Bernardo Faria, o artista gráfico responsável pela nossa arte desta edição. 

Vamos começar contando um pouco da história do surgimento do nome ECOH. Já sabíamos da necessidade de criação de um “apelido” para o evento. Falar Encontro de Contadores de Histórias de Londrina cada vez que a gente queria nomear o evento em uma entrevista mostrou-se um tanto complicado logo na primeira edição. 

Então, a gente começou a pensar nas possibilidades. Quase registramos o nome ELO, juntando Encontro com Londrina, sugestão da Kiara. Mas ainda não estávamos completamente satisfeitos. E foi então que a Claudia Freitas, professora de Literatura, na época orientanda do Professor Frederico Fernandes, da UEL, sugeriu o nome ECOH. 

No início tínhamos um pouco de receio que as pessoas, quando visse o nome, pensassem em eventos ligados à ecologia. Mas o receio foi superado e na 3ª edição o evento passa-se a se chamar ECOH.

Aliás, a arte da 3a. edição também traz uma tentativa de ser menos infantil que as anteriores, reflexo da nossa constante tentativa de mostrar aos londrinenses que as histórias não são feitas apenas para as crianças. O que poderia atrair tanto crianças como adultos? Flores foi a resposta encontrada. A velha e boa natureza, já presente em muitas histórias, ocupa o cartaz.

Yá Mukumbi – a estrela da História de Vida

Pela primeira vez, fizemos uma mesa redonda para contar uma história de vida. Yá Mukumbi, nossa querida Dona Vilma, tinha sido assassinada em um crime que abalou a cidade. Ainda estávamos atônitos com a perda desta querida e importante figura tanto para o movimento cultural da cidade, como para o Movimento Negro e também para as pessoas ligadas ao candomblé. 

A mesa chamava-se Yá Mukumbi – cotidiano, cultura e religiosidade. Participaram dela Fábio Lanza, professor de História da UEL e autor da biografia de Dona Vilma; Dona Cida-Tussulê Genan, ekedi que trabalhava com ela no terreiro, e o jornalista Mário Fragoso. A mediação foi da jornalista Patrícia Zanin. Foi um momento delicado e importante, um misto de homenagem e também processo de elaboração da perda para os presentes. Falamos sobre Yá Mukumbi para que ela ficasse conosco através de suas histórias. 

Também fizemos uma homenagem ao Tião Balalão, falecido durante a edição anterior do ECOH.  Artistas da cidade receberam a tarefa de contar as histórias criadas por Sebastião Narciso e assim tivemos uma linda manhã na Biblioteca Pública de Londrina, contando inclusive com a presença de Altina Narciso, irmã do homenageado e professora da Rede Municipal de Ensino, atuante contadora de histórias do projeto Palavras Andantes.

Chegam novas participações!

Ah… grupo Pé de Maravilha! Lindo demais contar com eles! Cinco grandes artistas – Cristiana Ceschi, Cristiano Meirelles, Leandro Medina, Paulo Federal e Thomas Howard – e ainda dirigidos pela Regina Machado. Luxo puro. Sucesso total. Apresentaram-se no teatro e também no Aterro do Lago Igapó. Daquelas imagens de evento que ficam com a gente ainda hoje!

Esta foi a primeira edição em que fizemos parceria com o Sarauzinho, realização do Londrix, o Festival Literário de Londrina. E da aproximação com o Londrix, nasce uma preciosa parceria com o Professor Frederico Fernandes, do Departamento de Letras da UEL. 

Nesta 3ª edição ele fez uma linda fala intitulada “Da poesia da Voz e da Cura”, uma reflexão importante sobre o poder curativo da voz poética e de como as histórias pavimentam um caminho para uma construção política de integração do sujeito na pólis.

Nesta edição tivemos também a participação da analista junguiana Sonia Vaz Lunardon com a palestra ” A linguagem esquecida – o que o conto conta”, com a colaboração musical de Meire Valin.

E pela primeira vez aparece no ECOH, a Cia. Boi Voador, importante companhia de Londrina, dirigida pela saudosa Elena Andrei. Eles nos presentearam com lindas histórias de origem afro. Nesta edição, “Como Oxum salva o mundo, salvando as crianças mortas”, uma adaptação de um iten, uma história transmitida oralmente pelas populações nigerianas, nas quais são contadas as peripécias dos orixás, com regras de convivência, de ética e de inteligência pessoal e coletiva. 

Ele e elas voltaram! Quanta alegria!

E mais uma vez, tivemos Kiara Terra e sua “História Aberta – Processos Colaborativos de Construção de Narrativas”, para viver o tempo como um presente, com a gente. Ah, que presente! 

Simone Grande também está de volta, desta vez para fazer uma oficina e nos encantar novamente, desta vez com a Fabulosa Companhia em uma edição especial da Biblioteca Viva itinerante.

Seguimos também com a parceria com a Famiglia Coisa Fina (Daniella Fioruci e Fernando Góes) e a Risoflora de Edna Aguiar.

Fotos: Valéria Félix