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ECOH encerra programação presencial e começa fase de formação online

A programação artística presencial do 11º ECOH termina nesta sexta-feira (19), mas o festival segue com palestra, oficinas e minicursos online para todos os interessados em narrativa oral. Atividades formativas vão até 10 de setembro.

Um colégio estadual na zona rural e uma escola municipal na zona norte recebem narradores nesta sexta-feira (19 de agosto) para as últimas apresentações do 11º ECOH (Encontro de Contadores de Histórias de Londrina)

Desde o dia 6 de agosto os artistas do ECOH foram ocupando escolas, creches, teatros e praças para reencontrar o público depois de dois anos de afastamento por conta da pandemia. 

A partir deste sábado (20 de agosto) começa a segunda fase do festival, as atividades formativas online que terminam só no dia 10 de setembro.

“A decisão de manter palestras, oficinas e minicursos no formato online está baseada em aprendizados da pandemia quando fomos obrigados a fazer a programação toda virtual. Nós sentimos muita falta dos encontros, da proximidade das pessoas nas atividades de fruição, mas nas oficinas, devemos dizer que o online funcionou muito bem. Isso porque tivemos a participação de muitas pessoas de fora de Londrina, de várias partes do Brasil, inclusive do exterior, nas oficinas realizadas naquele período. Lembrando que nosso foco é a narrativa oral e a soma de sotaques é muito interessante, muito enriquecedora, por isso seguimos com as oficinas virtuais”

relata Claudia Silva, coordenadora do festival.

Confira as opções de atividades formativas e inscreva-se

Duas semanas de histórias inesquecíveis

No total o ECOH realizou 39 apresentações gratuitas, uma além do previsto para esta edição.

Na quarta-feira (16), atendendo ao convite da equipe do Centro Pop (Serviço Municipal Especializado para Pessoas em Situação de Rua) para participar da celebração da Semana Nacional de Luta da População em Situação de Rua, o festival organizou mais uma atividade. 

Edna Aguiar, atriz e narradora de Londrina, esteve por duas horas no local narrando histórias e interagindo com as pessoas que estavam sendo atendidas pelo serviço. 

A pedagoga da Secretaria Municipal de Educação, Geocélia Alves Ribeiro, acompanhou.

“A contadora de histórias deixou todos muito à vontade, fez algo dinâmico e abriu para a participação de quem quisesse se manifestar. Foi bem interessante, muito agradável e até terapêutico”, comenta.

Para a narradora o momento foi de muita emoção.

“Foi um convite inesperado e resolvi contar o mito da criação do firmamento, da separação do céu e da terra. Era pra ser uma apresentação dentro de uma sala, mas acabei indo até onde eles estavam, numa tenda, lá fora. O modo como reagiram trouxe outro entendimento desse mito. Uma descoberta, um grande aprendizado. O que aconteceu foi mágico, uma aula de filosofia ao ar livre.”

Edna também se apresenta amanhã à tarde no Colégio Estadual do Patrimônio Regina. A artista londrinense participa do ECOH desde o começo e desta vez traz Histórias da ancestralidade – Preta do Leite, Contando e Cantando Ancestralidades da Cultura Ioruba!

“Eu sou atriz já há bastante tempo, mas foi no ECOH me descobri contadora de histórias. Apesar de ser negra, de ter a contação de histórias todos os dias, na minha própria casa ou no meu entorno, eu não me entendia como contadora de histórias. Nem sabia da importância que isso tem para a minha cultura, para a minha realidade cotidiana. Desde que me assumi narradora, por causa do ECOH, venho trabalhando e trago este personagem que é a Preta do Leite. A missão dela é levar a cultura Ioruba e seus os mitos para todos os lugares por onde passar.”

Outro veterano está na grade do último dia de programação artística. Rafael Rosa, faz parte do ECOH desde a primeira edição. 

Ele é integrante do Grupo Fio da Meada, que fará duas apresentações de As Três Maravilhas nesta sexta, no Centro Municipal de Educação Infantil Vanderlaine Aparecida Rodrigues Ribeiro, no Conjunto Maria Celina. 

Rafael comemora os resultados da caminhada de 11 anos junto com o ECOH.

“Quando a gente começou a contar histórias aqui em Londrina, em 2009, o cenário para narradores era restrito ao ambiente escolar. Eram poucos grupos de contadores de histórias e trabalhavam bem isolados. Com a realização do ECOH tudo mudou. O festival começou a trazer referências para Londrina, passamos a conhecer diversas maneiras de se contar histórias, num movimento de profissionalização dos narradores. Pra mim isso foi determinante: conhecer e ter oportunidade de fazer cursos aqui em Londrina com essas pessoas. Foi um ganho pra cidade inimaginável. Hoje estamos colhendo os frutos desse trabalho, vendo a valorização dos contadores de histórias, que ganham espaço fora do ambiente escolar. O trabalho indo além da simples recreação infantil, alcançando um patamar de performance mesmo, foi um salto bem grande.” 

Para a contadora de histórias, Natali Felix, que veio de Osasco (SP) participar do festival pela primeira vez, o melhor foi ver como o ECOH alcança diferentes públicos.

“Participar no ECOH é como entrar numa grande ciranda que fica cada vez maior. Me encantei com o legado presente no olhar de todos os colaboradores, empenhados em expandir a arte da palavra. Espero poder voltar em outros momentos e nunca mais sair dessa ciranda de resistência por uma cultura para todos.”

A coordenadora pedagógica do ECOH, Dani Fioruci, também se apresentou como narradora durante o festival. Ela avalia que as apresentações do 11º ECOH, principalmente no ambiente escolar,estão sendo muito especiais justamente porque acontecem num momento de readaptação. 

“Muitos professores estão relatando que nessa retomada, depois do período de isolamento na pandemia, o ritmo do aprendizado está mais lento. Ficar em casa muito tempo desorganizou, prejudicou os relacionamentos. As escolas que se abriram para receber o ECOH estavam com muita vontade de ter esses momentos de aproximação. Fico pensando que, num passado bem distante, chegaram a dizer que a profissão de contador de histórias estava em extinção. A partir dos anos 70 vimos um movimento dos narradores, um recomeço pra essa arte. Agora, com pandemia e tudo, seguimos resistindo e dando outras caras para a narrativa artística. É um trabalho de formiguinha, de resistência. Por isso fico feliz, acho que é muito positivo ver o ECOH, ocupando espaços com arte, produzindo encontros tão potentes.”

Gilza Santos, narradora de Londrina que se apresentou nesta última semana, resume:

“O ECOH de 2022 tem um gosto diferente, tem um gosto de recomeço, de presença, de abraço quente que estava faltando, que nos foi tirado por causa da pandemia.” 

Apoio

O 11° ECOH tem o apoio institucional da Copel – Companhia Paranaense de Energia e é um projeto aprovado pelo Programa Estadual de Fomentoe Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Governo do Estado do Paraná. 

O projeto conta ainda com o apoio da Casa de Cultura da UEL – Universidade Estadual de Londrina, Espaço AML Cultural, Prefeitura Municipal de Londrina | Secretaria Municipal de Cultura, Sesc Paraná, Vila Cultural Alma Brasil, Vila Cultural Casa da Vila e Livraria Olga.

Serviço

11º ECOH – Encontro de Contadores de Histórias de Londrina

Apresentações gratuitas de 6 a 19 de agosto

Atividades formativas de 20 de agosto a 10 de setembro

Os ingressos para acompanhar as atividades formativas online estão disponíveis na plataforma de eventos sympla.com.br . 

(Para encontrar, basta digitar “ECOH” na aba de busca)

Para as oficinas de Gloria Kirinus e de Letícia Liesenfeld a taxa é de R$30. As demais são gratuitas.

Programação completa 

 ecoh.art.br.

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Entrevistas

Claudia Silva, coordenadora geral (43) 9 9632-9180

Assessoria de Imprensa

TP1 Comunicação / Christina Mattos (43) 9 9156-9145