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ECOH faz viagem à África

Em sua primeira edição online, o ECOH traz a África Ocidental, uma região do oeste da África, ao seu público. E os guias dessa viagem, apresentando sua gente, sua cultura, toda a riqueza de seu patrimônio imaterial, são o ator e contador de histórias, Fançois Moise Bamba, do Burkina Faso, e o contador de histórias, pesquisador da oralidade e ator brasileiro, Toni Edson.

François Bamba faz três participações: apresentação do espetáculo “Palavras de griots”, conferência “As sociedades de tradições orais da África do Oeste, educações e transmissões” e vídeo para as escolas com “Contos e histórias do Burkina Faso”.

Em “Palavras de griots”, François conta histórias sobre a origem e a força da oralidade na sociedade tradicional africana, onde a palavra é mantida pelos griots. Eles são os porta-vozes da vida social, conselheiros, historiadores, transmissores das memórias.  

A conferência “As sociedades de tradições orais da África do Oeste, educações e transmissões” será permeada por contos, musicais e trocas entre os participantes. A proposta de François é uma viagem pelo rico patrimônio das sociedades de tradição oral da África do Oeste, na qual ele apresentará alguns de seus fundamentos essenciais. 

O vídeo “Contos e lendas do Burkina Faso”, que será voltado para as escolas, convida as crianças a uma viagem ao “país dos homens íntegros”, significado do nome Burkina Faso. Através das histórias, elas terão um encontro com as culturas, histórias, crenças, valores e visões de mundo dos povos desse país.  Este material, além de ser encaminhado para as escolas, também estará disponível no Youtube, instagram e facebook do ECOH, como todas as atividades do Encontro.

O ferreiro contador de histórias

Esse artista é conhecido internacionalmente como o “ferreiro contador de histórias.” Isso porque nasceu na casta de ferreiros, os mestres do ferro e do fogo, em Burkina Faso. Foi seu pai quem o iniciou na arte do conto, sendo “criado em estreita relação com a tradição da cultura e da arte djeli” ou griot. Sua formação artística foi consolidada por Hassane Kouyaté, Habib Dembélé, Jihad Darwiche. Coletou e reescreveu contos do Burkina Faso, alguns deles dando origem a CD, DVD e livros publicados na França.

Hoje é reconhecido internacionalmente. Desde 2003, participou de festivais na França, no Niger, no Egito, em Djibouti, no Congo, em Québec, na Martinica e em outros lugares. Foi, por diversos anos, diretor artístico do festival Yeleen, no Burkina Faso, diretor artístico e cultural da Maison de la Parole (Casa da Palavra) e coordenador geral da rede internacional de contadores de histórias da África do Oeste, Afrifogo.  

Anualmente, desde 2018, realiza em seu país o Festival Internacional dos Patrimônios Imateriais, que, a cada edição, propõe um mergulho em uma das 65 etnias do Burkina Faso. 

Desde 2017, ele já esteve quatro vezes no Brasil, em vários estados: Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará.  Sempre em parceria com Laura Tamiana, que faz em cena a tradução para português, atuando como um corpo único François e ela.

O artista do Teatro de Rua

Toni Edson é um sergipano que cresceu aproveitando e apreciando as manifestações de cultura popular.  Hoje é ator, dramaturgo, diretor, compositor e contador de histórias, doutorando (Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas / UFBA). Concentra sua pesquisa na contação de história na tradição djeli (Burkina Faso/África Ocidental) aplicada ao teatro de rua brasileiro. É membro fundador da Trupe Popular Parrua e do Grupo IWÁ e fez parte dos grupos Africatarina, Cachola no Caixote.

Toni começou a “bulir” com teatro aos 11 anos e desenvolveu e aprimorou seu encanto pelo Teatro de Rua unindo a formação e estudos acadêmicos e diversas montagens.  Ele é um grande estudioso do trabalho de François Moise Bamba e tornou-se um amigo do artista.  Toni o conheceu há 5 anos, em seu país e com ele visitou sua comunidade em Ouolonkoto, desde então acompanha o artista em projetos e apresentações no Brasil.  

Nessa viagem à África no ECOH, Toni Edson faz a oficina com o tema “Tradição oral sob o viés da cultura mandinga, África Ocidental”, para os professores e professoras do Palavra Andantes. Ele fala sobre seu percurso, o contato com a cultura mandinga, o intercâmbio em Burkina Faso, sua tese focada na oralidade, a disciplina Narrativas na Rua em Maceió. Toni também fala sobre os seus mestres nessa trajetória: Amadou Hampatê Bâ, Sotigui Kouyaté, Hassane Kouyaté,Toumani Kouyaté e François Moïse Bamba.

Ele traz também o universo dos bichos com a live “Bichos, Canto e Encantos”, que reúne histórias da tradição oral de povos indígenas e povos africanos, além de um belo conto de autor com temática indígena. A live traz também uma história cantada e algumas canções que despertam o imaginário infantil e permite que as crianças vejam os bichos que guardam em si.