Ecoh

Histórias na Pandemia

Mesa virtual de debates: “Histórias na Pandemia”

Os contadores de histórias Ana Luísa Lacombe, Rafael de Barros e Patrícia Maia, contam, hoje, na mesa virtual de debates “Histórias na Pandemia”, suas experiências como contadores de histórias em modo remoto. A mediação deste bate-papo será feita pela produtora da Circulação do ECOH, Gracieli Maccari.  Eles deram uma palhinha para o site do ECOH sobre o que vai rolar nesta mesa, falando um pouco sobre as diferenças que marcam a contação de histórias on line.

A ausência do corpo, instrumento essencial na contação de histórias, é apontada por Ana Luísa Lacombe e Rafael de Barros como uma das grandes dificuldades na adaptação das histórias para o mundo virtual.  “(a falta do corpo) Provocou um uso das expressões faciais, da tela, da moldura como um espaço criativo, fazendo surgir elementos debaixo, do lado, de cima da tela. Usamos a câmera como um interlocutor e aí temos super closes que não temos em apresentações presenciais. Um olhão ocupando a tela. Um dedo que fecha a câmera, apontando para o espectador. Começamos a usar os recursos do cinema, do vídeo.”

A participação do público faz parte das histórias contadas por Rafael de Barros. Presença roubada pela pandemia. “Precisei começar a imaginar o tempo da resposta do público no vídeo e a entender o tempo do vídeo. Por outro lado, o modo virtual permitiu que pessoas de outros estados tivessem contato com minhas histórias. No último ECOH teve pessoa da Bahia que assistiu o vídeo com minhas histórias e veio falar comigo. Percebi também que como a oralidade é a sua principal forma de expressão, a contação de histórias teve uma adaptação mais rápida do que outras linguagens como a do circo, com a qual eu trabalho também.”

Para Patrícia Maia a interação com o público ficou difícil. “A presença online me pareceu demasiada, uma overdose. Sou mais do presencial do que do virtual”, resume.

Gracieli Maccari não é contadora de histórias e diz que durante o período de isolamento e distanciamento social, uma das coisas que mais sentiu falta foi dos espetáculos, shows e teatros. “Este espaço de convivência, encontro e trocas que a arte nos proporciona é importantíssimo. Percebi que dentro das programações e ofertas de conteúdos no meio virtual, as histórias têm ocupado um espaço muito significativo tanto para o público diverso quanto para os professores e alunos especificamente. As histórias têm trazido conteúdos e meios para debate, estudo, propostas docentes, mas também permeiam nosso dia a dia com um pouco de cor e magia nesse período em que estamos. Tenho assistido muito mais contadores de histórias e vejo o quanto esse trabalho está sendo difundido e multiplicado por meio das redes, e acho que os artistas dessa linguagem vêm se fortalecendo e crescendo muito.”

Hoje, 01 de setembro, às 19h30, eles conversam também sobre o que a pandemia te priva que a história te liberta e sobre a visibilidade do contador de histórias, no Youtube do ECOH.

QUEM SÃO

Ana Luísa Lacombe

Atriz, contadora de histórias, figurinista, escritora, graduada em licenciatura em Artes Visuais. Desde 2002, pesquisa e atua com narração de histórias associando-a ao teatro. Em 2003, fundou a Cia Faz e Conta com a qual ganhou vários prêmios. Cinco Prêmios APCA, um Prêmio Femsa e um Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem de Melhor Atriz. Foi curadora do projeto “Sipurim – Hora da História” do Centro da Cultura Judaica. Professora desde 2008 do Curso de formação de Contadores de Histórias da Biblioteca Hans Christian Andersen e na pós-graduação “A Arte de Contar Histórias” da Facon n’A Casa Tombada e de licenciatura em música da Faculdade Cantareira. Criadora da série de cursos on-line “Mergulho na História”, onde desvela simbologias e reflexões provocadas por contos tradicionais. Autora de “Quanta História Numa – Relato das Experiências de Uma Contadora de Histórias”, “A Árvore de Tamoromu” ganhadora do Prêmio de Melhor Reconto pela FNLIJ, dentre outras publicações.

Rafael de Barros

Rafael de Barros é Mestrando em Artes Cênicas pela USP/ECA, onde desenvolve pesquisa sobre o Palhaço de Rua. Em 2019, foi vencedor do Programa Nascente USP, na Categoria Artes Cênicas com seu espetáculo solo “El General”. Fez residência artística na Escola de Palhaços de Barcelona – Cal Clown (ESP). Graduou-se em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (PR). Hoje, participa do Grupo de Pesquisa CEPECA – Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator da Escola de Comunicação e Artes da USP. 

Fundador do Exército Contra Nada (2011), Rafael de Barros pesquisa a comicidade desde 2008. Tendo no repertório os espetáculos: “El General” e “Mundano”, além da intervenção “Chorinho de uma roda só”. Com esses trabalhos, apresentou em mais de 300 cidades, por 8 países diferentes, consolidando uma carreira internacional. 

Patrícia Maia

Contadora de histórias, bonequeira, ventríloqua e designer gráfica. Uma combinação doida mas muito divertida! É mestre em Comunicação, pela UEL (2019), especialista em Contação de Histórias e Literatura Infantil Juvenil, pela FATUM (2016). Graduada em Design Gráfico, pela UEL (2016), fez Curso de Confecção de Mamulengo com Mestre Saúba – Valdek de Garanhuns (2001), especialista em Lazer, com Habilitação em Educação Lúdica, pela UEL (2000), graduada em Educação Física, pela UEL (1999). Ventríloqua pelo método Home Study Course of Ventriloquism – Maher  Studios – Barefoot Bay, FL – USA (1996).

Gracieli Maccari

Tem formação em Artes Cênicas e Licenciatura em Arte. Atua como professora de Educação Infantil, produtora cultural e brincante desde 2004. Traz na bagagem o Teatro para Bebês, as histórias que já ouviu e contou na vida, e a paixão pelas brincadeiras de rua e pela cultura popular. É produtora do ECOH.

Apoio da COPEL // Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura | Governo do Estado do Paraná

Texto: Erika Pelegrino // Imagem: Fernando Ito